A Guerra de Secessão e os EUA no século XIX
Estratégias de ensino-aprendizagem
Ao estudar o processo de independência dos Estados Unidos, o aluno tem o costume de entender que este conflito foi motivado pelo sentimento de autonomia que as Treze Colônias tinham em relação à sua metrópole, a Inglaterra. Mais do que isso, entende que tal experiência foi de fundamental importância para que a população norte-americana garantisse a organização das práticas que transformariam esta pequena região da Costa Leste em uma das mais prósperas nações do mundo.
No entanto, percebemos que a liberdade e autonomia não bastaram para a constituição de uma nação politicamente harmônica. No século seguinte, as Treze Colônias engendraram uma violenta guerra civil, a Guerra de Secessão, que trouxe à tona as divergências políticas do regime democrático que se instalou nos EUA. Para salientar isso aos alunos, o professor pode elaborar uma interessante atividade onde as opiniões de um historiador e de um personagem da época podem ser comparadas.
Primeiramente, recortamos a seguinte conclusão do historiador Peter Louis Eisenber:
“A Guerra Civil norte-americana (1861 - 1865) representou uma confissão de que o sistema político falhou, esgotou os seus recursos sem encontrar uma solução (para os conflitos políticos mais importantes entre as grandes regiões norte-americanas, o Norte e o Sul). Foi uma prova de que, mesmo numa das democracias mais antigas, houve uma época em que somente a guerra poderia superar os antagonismos políticos”.
Nessa mesma atividade, deixe ainda registrada, logo em seguida, a declaração do presidente Abraham Lincoln, que comandava a federação quando a guerra começou. Segundo ele:
“Uma casa dividida contra si mesma não subsistirá. Acredito que esse governo, meio escravista e meio livre, não poderá durar para sempre. Não espero que a União se dissolva; não espero que a casa caia. Mas espero que deixe de ser dividida. Ela se transformará só numa coisa ou só na outra.”
Ao colocar essas duas opiniões em foco, o professor pode questionar em sala, ou durante atividade, se a independência serviu para anular os conflitos que impediriam o desenvolvimento político e econômico dos Estados Unidos. Além disso, pode ainda salientar de que maneira os dois depoentes do exercício interpretavam as diferentes visões econômicas e políticas dos estados do Norte e do Sul.
Por meio dessa atividade, a classe é levada a compreender que a independência não veio simplesmente para garantir o posterior sucesso econômico norte-americano nos séculos XIX e XX. Além disso, põe em questão que o regime democrático implementado pelas Treze Colônias não ofereciam “condições naturais” para resolver as contendas políticas da nação.
Por Rainer Sousa
Graduado em História
Equipe Brasil Escola