Diluição de solução de sulfato de cobre
Estratégias de ensino-aprendizagem
A diluição de solução de sulfato de cobre II pode ser observada pela diminuição da intensidade de sua coloração azul.
Introdução:
A diluição é feita quando se adiciona certa quantidade de água (solvente) a uma solução inicial, obtendo-se uma nova solução menos concentrada ou mais diluída.
Esse processo é feito no cotidiano, como quando se acrescenta água em sucos muito concentrados ou quando se pega uma pequena porção de desinfetante, diluindo-o com água.
Em laboratórios, essa prática é ainda mais comum, visto que as soluções químicas compradas vêm em concentrações elevadas.
Nem sempre uma diluição pode ser percebida a olho nu, no entanto, em soluções coloridas, como a de sulfato de cobre (que é azul em virtude dos íons cobre (Cu2+), quanto mais intensa estiver a cor, mais concentrada ou menos diluída a solução estará e vice-versa.
Essa comparação entre as tonalidades da solução pode ser usada em uma aula experimental com alunos que estão estudando tal conteúdo. Veja como:
Materiais e reagentes:
- Proveta de 25 mL;
- Solução de sulfato de cobre (II) penta-hidratado a 1 mol/L;
- 3 tubos de ensaio;
- 2 béqueres de 100 mL;
- Estante de tubos de ensaio;
- 2 conta-gotas;
- 2 placas de zinco;
- Água destilada.
Procedimento Experimental:
- Enumere os três tubos de ensaio;
- No tubo 1, coloque 10 mL da solução de sulfato de cobre (II) a 1 mol/L;
- Peça aos alunos para observarem bem o aspecto da solução, anotarem no caderno e escreverem qual é a quantidade de matéria em mol que há na solução.
- Agora realize uma diluição transferindo 1 mL da solução que está no tubo de ensaio 1 para uma proveta de 25 mL e acrescente água até completar o volume de 10 mL;
- Peça aos alunos para colocarem essa solução no tubo de ensaio 2 e, novamente, anotarem qual é o aspecto da solução, qual a mudança que eles observaram e qual é a quantidade de matéria (em mol) que há na solução;
- Agora, os alunos deverão pegar 1 mL da solução do tubo 2 e transferir para a proveta, completando o volume com água até atingir 20 mL;
- Coloque essa solução obtida no tubo de ensaio 3 e peça para que os alunos anotem as mesmas observações feitas para as soluções anteriores;
- Coloque os três tubos na estante para tubos de ensaio e compare-as. Fale para os alunos informarem, apenas pelo que eles podem observar a olho nu, qual solução é mais concentrada e qual é a mais diluída;
- Agora fale para eles calcularem qual é a concentração em mol/L das soluções contidas em cada um dos três tubos de ensaio e observarem se acertaram o palpite inicial;
- Coloque a solução inicial (a 1 mol/l) em ¼ do volume de um béquer e mergulhe uma placa de zinco nela. Não mergulhe a placa totalmente;
- No outro béquer, coloque apenas água e mergulhe a outra placa de zinco;
- Compare os aspectos das duas placas que foram mergulhadas na água e na solução de sulfato de cobre (II) a 1 mol/L;
- Descarte a água e transfira a solução que está no tubo de ensaio três para o béquer;
- Introduza nessa solução a extremidade da placa de zinco que havia sido mergulhada na água anteriormente;
- Aguarde cerca de 5 minutos e retire a placa.
- O professor pode pedir que os alunos expliquem o seguinte: “Apesar dessa última solução ser incolor, ela possui sulfato de cobre (II)? Como isso foi percebido?”
Resultados e discussões:
No tubo de ensaio 1, em que havia 10 mL da solução inicial (1 mol/L), havia 0,01 mol de soluto. Para chegar a essa quantidade de matéria bastava os alunos realizarem uma regra de três simples:
1 mol ----- 1 L
n1--------- 0,01 L (10 mL)
n1 (tubo 1) = 0,01 mol
Isso também podia ser feito para se descobrir a quantidade de matéria que havia nos tubos 2 e 3:
0,01 mol ------ 1 L 0,0001 mol ------ 1 L
n1(tubo 2) ------------ 0,01 L (10 mL) n1(tubo 3) ------------ 0,02 L (20 mL)
n1 (tubo 2) = 0,0001 mol n1 (tubo 3) = 0,000002 mol
A solução do tubo 1 é a que apresenta a coloração azul mais intensa, enquanto a do tubo 3 é praticamente incolor. Ao observarem isso, os alunos deveriam dizer que a solução do tubo 1 é a mais concentrada e a do tubo 3 é a mais diluída.
Isso é confirmado pelo cálculo da concentração em mol/L (M) para as soluções em cada tubo. A concentração da solução do tubo 1 já foi dada: 1 mol/L.
Agora, as concentrações das soluções nos tubos 2 e 3 podem ser calculadas por meio da seguinte expressão:
Minicial . vinicial = Mfinal . vfinal
Tubo 2: Tubo 3:
Minicial . vinicial = Mfinal . vfinal Minicial . vinicial = Mfinal . vfinal
1 mol/L . 0,001 L = Mfinal . 0,01 L 0,1 mol/L . 0,001 L = Mfinal . 0,02 L
Mfinal = 0,001 mol Mfinal = 0,0001 mol
0,01 L 0,02 L
Mfinal = 0,1 mol/L Mfinal = 0,005 mol/L
Quando mergulhamos a placa de zinco na solução de sulfato de cobre, que contém cátions cobre II, o zinco oxida, ou seja, doando elétrons para o cobre, que irá reduzir:
Zn0(s) → Zn2+(aq) + 2 elétrons
Cu2+(aq) + 2 elétrons → Cu0(s)
Zn0(s) + Cu2+(aq) → Zn2+(aq) + Cu0(s)
Com o passar do tempo, nota-se que a cor cinza da lâmina de zinco é substituída por uma cor avermelhada, que são os cátions cobre que se transformaram em cobre metálico, somente na parte que ficou em contato com a solução. Além disso, a solução, antes azul, fica mais incolor, em virtude da redução dos íons cobre II.
Isso também ocorre quando colocamos a placa na solução do tubo 3. Portanto, é isso que nos mostra que, apesar de incolor, essa solução ainda possui sulfato de cobre II (0,005 mol).
A placa de zinco foi introduzida na água a fim de mostrar para os alunos que não se notam sinais de reação química, o que assegura que não é a água que provoca o escurecimento da placa de zinco e, assim, atestar que esse fenomeno se deve à presença de cobre. Esse tipo de procedimento é chamado de controle ou branco.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química