Filmes como recurso didático contra o racismo
Estratégias de ensino-aprendizagem
A utilização de filmes como recurso didático contra o racismo é uma ferramenta para a aplicação da Lei 10.639/03 e para promoção da igualdade nas relações étnico-raciais.
O cinema é amplamente utilizado em sala de aula e em situações de ensino e aprendizagem. Docentes recorrem à exibição de filmes de ficção ou documentários tanto para ilustrar os conteúdos curriculares quanto para reforçar conhecimentos que se pretende fixar. Essa ferramenta pode atender a outras finalidades. Aqui abordaremos a utilização de filmes em sala de aula para a discussão sobre as relações étnico-raciais no Brasil.
Em 2003, foi promulgada a Lei 10.639, que modificou a Lei 9.394 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), tornando obrigatória a abordagem da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na educação básica em todas as instituições de ensino do Brasil. Acrescentar esses temas para serem abordados como conteúdos escolares tem o objetivo de contribuir para a discussão e esclarecimento a respeito da diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira com vistas ao fim do preconceito, especialmente o que se baseia na cor da pele e na origem étnica.
Com essa finalidade, sugerimos alguns filmes que possam ser utilizados como ponto de partida ou complementação do conteúdo abordado. Segue uma lista de filmes, nacionais e estrangeiros, que podem ser utilizados:
Filmes Nacionais
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Cidade de Deus
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Carandiru
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Madame Satã
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O homem que copiava
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Narradores de Javé
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Filhas do Vento
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Meu tio matou um cara
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Quanto vale ou é por quilo
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Quase dois irmãos
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Vista minha pele
Filmes estrangeiros
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Basquiat
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Kiriku e a feiticeira
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A hora do show
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Crash
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Ray
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Hotel Ruanda
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Um Grito de Liberdade
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Diamante de Sangue
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O Último Rei da Escócia
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Em minha terra
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Mandela – Luta pela liberdade (Goodbye Bafana)
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Amistad
Dicas para a utilização dos filmes em sala de aula
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A lista de filmes possui várias classificações indicativas de idade. Há desde “Livre” até “Não recomendado para menores de dezesseis anos”. O professor tem que estar atento a esse aspecto e escolher a obra de acordo com a faixa etária dos estudantes;
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Assista ao filme antes de reproduzi-lo para os alunos e, se necessário, mais de uma vez. Reflita sobre as temáticas explícitas e implícitas na obra;
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Planeje com cuidado como será feita a abordagem antes e depois da apresentação do filme. Escolha se ele será utilizado depois de finalizado o conteúdo (Continente Africano, Formação étnica da população brasileira, Diversidade cultural brasileira, Constituição atual da população brasileira, Formação do território brasileiro e outros) ou para introduzir o tema;
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É necessário que o professor converse com os alunos sobre o tema que será tratado no filme, que aspectos os alunos devem ter mais atenção (os conflitos, o tema e personagens), mas sem revelar a história e final do filme, é claro;
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No planejamento devem constar atividades para depois da exibição do filme, como debate, produção de texto, seminário, confecção de cartazes etc. Além disso, o professor precisa indagar os alunos sobre suas percepções e impressões a respeito do filme e, especialmente, da temática abordada.
O uso de filmes no ensino de Geografia pode estimular a curiosidade e reflexão do estudante e tornar significativamente mais concreto aquilo que é extremamente subjetivo nos conteúdos presentes nos livros didáticos. Se utilizados de maneira correta, esse recurso didático alternativo pode nos ajudar no processo de desconstrução de visões de mundo estereotipadas e preconceituosas que acabam sendo naturalizadas pelos educandos.
Referência: SOUZA, Edileuza Penha (org.). Negritude, cinema e educação. Caminhos para a implementação da Lei 10.639/2003. Volumes 1 e 2. Belo Horizonte: Edições Mazza, 2006.
Por Amarolina Ribeiro
Graduada em Geografia