Contextualização no ensino de Química
Orientações
Utilizar métodos inovadores que favoreçam o aprendizado do aluno é uma forma de promover a contextualização no ensino de Química.
Contextualização no ensino de Química significa fornecer ao aluno uma abordagem dos conteúdos que utilize fatos do cotidiano, por exemplo. Muitos autores defendem que utilizar a contextualização é fazer com que a Química torne-se uma ciência mais próxima do aluno, diminuindo, assim, o grande mito de que se trata de uma ciência muito complexa.
Uma das ideias mais interessantes sobre a contextualização no ensino de Química é a de que o aumento do número de exemplos do cotidiano do aluno durante as aulas pode muito bem ser um fator motivacional, ampliando, assim, o aprendizado.
É importante ressaltar que o ideal do uso da contextualização não é algo novo. Em 1988, a CENP (Coordenadoria Estadual de Normas Pedagógicas do estado de São Paulo) apresentou uma proposta curricular na qual apontava que a contextualização utilizando fatos do cotidiano é um importante ponto de partida para o ensino de conceitos. Após essa data, surgiu uma lei, a LDBEN (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), proposta pelo MEC, em 1996, que, em seu artigo número 36, diz:
“O aluno deve receber uma “educação tecnológica básica com a compreensão do significado da ciência, das letras e das artes, além do processo histórico de transformação da sociedade e da cultura.”
Resumindo, o artigo 36 da LDBEN indica que o aluno deve receber um ensino contextualizado.
Além disso, o DCNEM (Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio), de 1998, e o PCNEM (Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio), de 1999, chamam bastante a atenção para o uso da contextualização, relacionando sujeito e objeto como fator fundamental na apresentação e compreensão dos conhecimentos escolares.
Em 2002, os PCN+ (desdobramentos dos PCNEM) indicaram em seus artigos que o ensino de Química deve enfatizar situações problemáticas reais, de forma crítica, para que o aluno desenvolva competências e habilidades específicas que favoreçam a compreensão do mundo como um todo.
Além desses, outros documentos seguem esse mesmo princípio. Todavia, infelizmente, a Ciência Química ainda é proposta em sala de aula de forma mecanicista, envolvendo muitas vezes o decorar de fórmulas e leis.
Nós, educadores químicos, devemos utilizar os documentos que enfatizam a contextualização como ponto de partida para nosso trabalho docente, além de buscar uma formação continuada. A busca por formas mais simples, lúdicas e interessantes de ensinar o conteúdo não é fácil, mas o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) cobra cada vez mais que nossos alunos tenham habilidades e competências para resolver problemas e situações relacionadas com o cotidiano.
Assim, é dever nosso tornar a Química mais interessante aos nossos alunos, pois, afinal, nós sabemos o quanto ela é interessante, tanto que amamos essa ciência a ponto de ensiná-la.
Abaixo segue uma sugestão de proposta contextualizada para o ensino que se baseia na simples preparação de uma mousse:
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Proposta contextualizada: Preparação de mousse
Contextualização de Química por meio da produção de uma mousse
a) Materiais necessários
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Liquidificador
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2 latas de creme de leite
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2 latas de leite condensado
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Limões suficientes para fazer uma quantidade de suco que encha uma das latas
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Refratário ou bacia para colocar a mousse
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Geladeira
b) Assuntos que devem ser abordados
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Proteínas
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Produção do leite condensado
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Desnaturação de proteínas
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Vaporização
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Solidificação
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Carboidratos
c) Execução
1º) Adicione o leite condensado e o creme de leite no liquidificador;
2º) Bata a mistura em velocidade moderada;
3º) depois que a mistura leite condensado e creme de leite estiver bem homogênea; adicione todo o suco de limão e continue batendo moderadamente;
4º) Bater até que a mistura torne-se bem homogênea.
5º) Adicionar a mistura no refratário e levar à geladeira por pelo menos 4 horas.
OBS.: Você e os alunos vão provar da mousse na aula seguinte.
Por Me. Diogo Lopes Dias